Boa noite leitores,
Hoje eu venho até este blog para escrever a vocês sobre um acontecimento trágico, uma coisa que está encucada aqui na minha cabeça, e talvez, uma forma de extravasar seja escrevendo sobre isto.
Bem, vamos ao que nos interessa:
Ontem pela manhã recebi uma ligação um tanto quanto estranha de um homem que conheço. Ele foi curto e incisivo na ligação e sem rodeios falou: "O Thales Emanuelle Maioline, o presidente da nossa empresa está desaparecido."
Eu ainda estava deitado na cama, para ser sincero acho que ainda estava durmindo. E a vontade que deu foi de nem levantar. A coisa foi tão séria, que pensei, talvez seria melhor eu nem me levantar. Quero ficar por aqui...
Não deu tempo nem de pensar naquelas graças que agente faz quando a notícia é boa: "É um sonho e logo vou acordar". Não deu para pensar em nada.
Só me lembro de duas coisas: A primeira é que o homem que me ligou poderia estar brincando. Mas conhecendo bem como ele é, duvido muito que brincaria com isto. Em um milionésimo de segundo eu descartei esta possibilidade. A segunda é: estou ferrado.
E esta expressão "ferrado" é pouco para descrever a situação real do que estava acontecendo.
Terminei a ligação com pesar. Sabia que daquele momento em diante as coisas seriam diferentes.
Me levantei, tentei manter a calma, comi algo, e determinei que só sairia de casa depois de duas horas. Precisava deste tempo para colocar as coisas na minha cabeça em ordem.
Decorrido este tempo, me aprontei e dirigi para o local que devia estar. Queria saber detalhes do que aconteceu.
E qual foi a surpresa ao constatar que ele estava sumido desde sexta feira dia 22/07/2010.
"Desde sexta feira? E eu fui saber apenas agora?" Não estava entendendo.
E realmente ele sumiu. Desapareceu. Ninguém sabe, ninguém viu, ninguém conversou, ninguém tem respostas alguma.
Ele viajou a negócios para o estado de São Paulo. Ele foi a este lugar para fazer uma reunião onde alguém que supostamente demonstrou a intenção de ser sócio da empresa e tinha um valor médio de 20 milhões para negociar. É, eu sei, é muita grana. E ele sabia também.
Para você, caro leitor que não sabe muito bem do que estou falando, eu explico:
O Thales Emanuelle Maioline é o presidente da empresa Firv. O Firv é uma empresa de consultoria e administração de recursos financeiros - FIRV CONSULTORIA E ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS LTDA.
Ele é o homem responsável pela existência desta empresa, além de ser o presidente e também o maior acionista.
Ele concentrava em suas mãos o poder, concentrava em sua conta o dinheiro, e em sua cabeça os conhecimentos necessários para operar no mercado de capitais e os lucros eram divididos com os quotistas, ou sócios, como queiram.
Ele garantia uma rentabilidade, coisa pequena, mas em comparação com os melhores do mercado estava razoavelmente bem.
Mas ele sumiu. Ninguém sabe que ele sumiu com o dinheiro de todo mundo porque o sigilo bancário ainda não foi quebrado. Ninguém sabe se ele está envolvido com alguma coisa ilegal porque o sigilo telefônico ainda não foi quebrado. Ninguém sabe se ele está morto porque ninguém quer acreditar nisto. Ninguém consegue falar com ele porque o seu telefone só dá caixa postal desde as 18:00 de sexta feira, 22 de julho de 2010.
A história do sumiço dele eu poderia reproduzir aqui. Mas não estou afim de falar mais. Poderia falar também dos milhões e milhões que sócios e empregados investiram. Poderia falar dos planos recente, do envolvimento da empresa com os grandes bancários e o desgosto que isto vem causando e desestabilizando o mercado. Poderia, mas não vou.
Isso porque aquela vontade de extravasar já foi satisfeita.
Só uma coisa: Não vamos zombar da miséria de algumas pessoas, nem da má sorte na melhor das hipóteses.
Prefiro pensar que ele não foi um herói, muito menos um mártir, alguém que de forma muito negativa mudou a vida das pessoas.
Saudações.
Prefiro pensar que ele não foi um herói, muito menos um mártir, alguém que de forma muito negativa mudou a vida das pessoas.
Saudações.
